segunda-feira, 31 de maio de 2010

segunda-feira, 24 de maio de 2010

povos indigenas

Introdução
Historiadores afirmam que antes da chegada dos europeus à América havia aproximadamente 100 milhões de índios no continente. Só em território brasileiro, esse número chegava 5 milhões de nativos, aproximadamente. Estes índios brasileiros estavam divididos em tribos, de acordo com o tronco lingüístico ao qual pertenciam: tupi-guaranis (região do litoral), macro-jê ou tapuias (região do Planalto Central), aruaques (Amazônia) e caraíbas (Amazônia).
Atualmente, calcula-se que apenas 400 mil índios ocupam o território brasileiro, principalmente em reservas indígenas demarcadas e protegidas pelo governo. São cerca de 200 etnias indígenas e 170 línguas. Porém, muitas delas não vivem mais como antes da chegada dos portugueses. O contato com o homem branco fez com que muitas tribos perdessem sua identidade cultural.
A sociedade indígena na época da chegada dos portugueses.
O primeiro contato entre índios e portugueses em 1500 foi de muita estranheza para ambas as partes. As duas culturas eram muito diferentes e pertenciam a mundos completamente distintos. Sabemos muito sobre os índios que viviam naquela época, graças a Carta de Pero Vaz de Caminha (escrivão da expedição de Pedro Álvares Cabral ) e também aos documentos deixados pelos padres jesuítas.
Os indígenas que habitavam o Brasil em 1500 viviam da caça, da pesca e da agricultura de milho, amendoim, feijão, abóbora, bata-doce e principalmente mandioca. Esta agricultura era praticada de forma bem rudimentar, pois utilizavam a técnica da coivara (derrubada de mata e queimada para limpar o solo para o plantio).
Os índios domesticavam animais de pequeno porte como, por exemplo, porco do mato e capivara. Não conheciam o cavalo, o boi e a galinha. Na Carta de Caminha é relatado que os índios se espantaram ao entrar em contato pela primeira vez com uma galinha.
As tribos indígenas possuíam uma relação baseada em regras sociais, políticas e religiosas. O contato entre as tribos acontecia em momentos de guerras, casamentos, cerimônias de enterro e também no momento de estabelecer alianças contra um inimigo comum.
Os índios faziam objetos utilizando as matérias-primas da natureza. Vale lembrar que índio respeita muito o meio ambiente, retirando dele somente o necessário para a sua sobrevivência. Desta madeira, construíam canoas, arcos e flechas e suas habitações (oca). A palha era utilizada para fazer cestos, esteiras, redes e outros objetos. A cerâmica também era muito utilizada para fazer potes, panelas e utensílios domésticos em geral. Penas e peles de animais serviam para fazer roupas ou enfeites para as cerimônias das tribos. O urucum era muito usado para fazer pinturas no corpo.
A organização social dos índios
Entre os indígenas não há classes sociais como a do homem branco. Todos têm os mesmo direitos e recebem o mesmo tratamento. A terra, por exemplo, pertence a todos e quando um índio caça, costuma dividir com os habitantes de sua tribo. Apenas os instrumentos de trabalho (machado, arcos, flechas, arpões) são de propriedade individual. O trabalho na tribo é realizado por todos, porém possui uma divisão por sexo e idade. As mulheres são responsáveis pela comida, crianças, colheita e plantio. Já os homens da tribo ficam encarregados do trabalho mais pesado: caça, pesca, guerra e derrubada das árvores.
Duas figuras importantes na organização das tribos são o pajé e o cacique. O pajé é o sacerdote da tribo, pois conhece todos os rituais e recebe as mensagens dos deuses. Ele também é o curandeiro, pois conhece todos os chás e ervas para curar doenças. Ele que faz o ritual da pajelança, onde evoca os deuses da floresta e dos ancestrais para ajudar na cura. O cacique, também importante na vida tribal, faz o papel de chefe, pois organiza e orienta os índios.
A educação indígena é bem interessante. Os pequenos índios, conhecidos como curumins, aprender desde pequenos e de forma prática. Costumam observar o que os adultos fazem e vão treinando desde cedo. Quando o pai vai caçar, costuma levar o indiozinho junto para que este aprender. Portanto a educação indígena é bem pratica e vinculada a realidade da vida da tribo indígena. Quando atinge os 13 os 14 anos, o jovem passa por um teste e uma cerimônia para ingressar na vida adulta.
Os contatos entre indígenas e portugueses
Como dissemos, os primeiros contatos foram de estranheza e de certa admiração e respeito. Caminha relata a troca de sinais, presentes e informações. Quando os portugueses começam a explorar o pau-brasil das matas, começam a escravizar muitos indígenas ou a utilizar o escambo. Davam espelhos, apitos, colares e chocalhos para os indígenas em troca de seu trabalho.
O canto que se segue foi muito prejudicial aos povos indígenas. Interessados nas terras, os portugueses usaram a violência contra os índios. Para tomar as terras, chegavam a matar os nativos ou até mesmo transmitir doenças a eles para dizimar tribos e tomar as terras. Esse comportamento violento seguiu-se por séculos, resultando no pequenos número de índios que temos hoje.
A visão que o europeu tinha a respeito dos índios era eurocêntrica. Os portugueses achavam-se superiores aos indígenas e, portanto, deveriam dominá-los e colocá-los ao seu serviço. A cultura indígena era considera pelo europeu como sendo inferior e grosseira. Dentro desta visão, acreditavam que sua função era convertê-los ao cristianismo e fazer os índios seguirem a cultura européia. Foi assim, que aos poucos, os índios foram perdendo sua cultura e também sua identidade.

Tupinambás praticando um ritual de canibalismo Canibalismo

Algumas tribos eram canibais como, por exemplo, os tupinambás que habitavam o litoral da região sudeste do Brasil. A antropofagia era praticada, pois acreditavam que ao comerem carne humana do inimigo estariam incorporando a sabedoria, valentia e conhecimentos. Desta forma, não se alimentavam da carne de pessoas fracas ou covardes. A prática do canibalismo era feira em rituais simbólicos.

Religião Indígena
Cada nação indígena possuía crenças e rituais religiosos diferenciados. Porém, todas as tribos acreditavam nas forças da natureza e nos espíritos dos antepassados. Para estes deuses e espíritos, faziam rituais, cerimônias e festas. O pajé era o responsável por transmitir estes conhecimentos aos habitantes da tribo. Algumas tribos chegavam a enterrar o corpo dos índios em grandes vasos de cerâmica, onde além do cadáver ficavam os objetos pessoais. Isto mostra que estas tribos acreditavam numa vida após a morte.
Principais etnias indígenas brasileiras na atualidade e população estimada
Ticuna (35.000), Guarani (30.000), Caiagangue (25.000), Macuxi (20.000), Terena (16.000), Guajajara (14.000), Xavante (12.000), Ianomâmi (12.000), Pataxó (9.700), Potiguara (7.700).
Fonte: Funai (Fundação Nacional do Índio).
Pensar socialmente evoca pensar que existem diversos tipos de cultura na sociedade, tanto em nível nacional, como mundial. Por conseguinte, entende-se o respeito e valorização pela diversidade, pelo Outro, que encontra sua diferenciação nas suas tradições, nos seus hábitos e costumes.

Protagonistas indígenas
Mesmo estes “personagens” sendo notícias, mesmo com sua presença permanente nas ruas das cidades, universidades, organizações não-governamentais, nos debates políticos, a sociedade nacional têm um conhecimento bastante deficiente dos mesmos. Conhecimento este, que advém de uma tradição escolar em que nada contribui para uma boa formação crítica do cidadão. Quer dizer, além de superficial, os livros didáticos e alguns de história do Brasil, trazem uma visão distorcida e estigmatizada, desfalcando a imagem destes povos.
Eis a questão indígena e suas implicações na nossa sociedade. Temos o objetivo de analisar como os indígenas chegaram à situação que se encontram atualmente, descrevendo a expropriação e demarcação de suas terras, para assim verificar, que é nessa questão que se pauta o ponto crucial de seus problemas.
Há também idéias feitas desses indivíduos que se pautam no imaginário apenas da aparência e da falta de informação ou informação de má qualidade, fazendo assim que os índios sofram preconceito, causando-lhes problemas de sociabilidade. Se tivessem a demarcação de suas terras e a não imposição de certas religiões, estas populações teriam outra história.

Contribuindo para corrigir essa imagem e apresentando uma visão do índio que se enquadra na realidade, na nossa contemporaneidade, traremos algumas informações e repostas, baseada nesse – o que é ser índio?
O PROGRAMA CULTURA INDÍGENA trará dados pertencentes às etnias de alguns estados e fará um percurso acerca dos direitos indígenas, a Constituição Federal de 1988, expondo a mobilização dos indígenas, dos profissionais e articuladores dos movimentos da área afim. Pretende-se contribuir para o reconhecimento dos povos indígenas e espera-se garantir uma produção de conhecimento que fortaleça os grupos indígenas. Procuramos mostrar a capacidade destes povos em se reunir, discutir e lutar pelos seus direitos de forma inteligente e branda.
Os quatro capítulos da SÉRIE aumentam a produção cultural e científica, e abrem espaço para a população conhecer melhor a cultura dos índios e as raízes históricas do Brasil.
Uma produção do “Grupo de Estudos Indígenas” da Universidade Estadual de Londrina, elaborado em 2007, com trabalhos técnicos da Rádio Universidade Fm.
Uma boa escuta para todos!
• Primeiro programa de estréia no próximo domingo (29/11) após o Programa de Pedidos Ao Vivo com Pudin e Gabriel.

Os povos indígenas brasileiros formam um rico e complexo conjunto de crenças e hábitos.

A presença dos índios no território brasileiro é muito anterior ao processo de ocupação estabelecido pelos exploradores europeus que aportaram em nossas terras. Segundo os dados presentes em algumas estimativas, a população indígena brasileira variava entre três e cinco milhões de habitantes. Entre essa vasta população, observamos o desenvolvimento de civilizações heterogêneas entre as quais podemos citar os xavantes, caraíbas, tupis, jês e guaranis.

Geralmente, o acesso às informações sobre essas populações são bastante restritas. A falta de fontes escritas e o próprio processo de dizimação dessas culturas acabaram limitando as possibilidades de estudo das mesmas. Em geral, o maior contato desenvolvido entre índios e europeus aconteceu nas faixas litorâneas do nosso território, onde predominam os povos indígenas pertencentes ao grupo tupi-guarani. Apesar das várias generalizações, relatos do século XVI esclarecem alguns hábitos desse povo.

De acordo com esses registros, os povos tupi-guarani organizavam aldeias que variavam entre os seus 500 e 750 habitantes. A presença da aldeia era temporária e todo o seu contingente era dividido entre seis a dez casas, sendo que cada uma delas poderia variar de tamanho e comprimento de acordo com as necessidades materiais e culturais de cada aldeia. Para buscarem sustento, os tupis desenvolveram a exploração da coleta, da caça, da pesca e, em alguns casos, das atividades agrícolas.

Sob o ponto de vista político, essas comunidades não contavam com nenhum tipo de organização estatal ou hierarquia política que pudesse distinguir seus integrantes. Apesar disso, não podemos ignorar que alguns guerreiros e chefes espirituais eram valorizados pelas habilidades que detinham. Muitas vezes, diferentes tribos mantinham contato entre si em busca da manutenção de alguns laços culturais ou em razão da proximidade da língua falada.

A realização das tarefas cotidianas poderia variar segundo o gênero e a idade de cada um dos integrantes da aldeia. Em suma, as mulheres tinham a obrigação de desenvolver as atividades agrícolas, fabricar peças artesanais, processar os alimentos e cuidar dos menores. Já os homens deveriam realizar o preparo das terras e as atividades de caça e pesca. Tendo outro modelo de organização familiar, os índios organizavam casamentos e, em algumas situações, a poligamia era aceita.

No campo religioso, alguns desses povos acreditavam na existência dos espíritos, na reencarnação dos seus antepassados e na compreensão dos fenômenos naturais como divindades. Em diversas situações, esse corolário de crenças era fonte de explicação para a origem do mundo ou a ocorrência de algum evento significativo. Em alguns casos, os índios praticavam a antropofagia como um importante ritual em que os guerreiros da tribo absorviam a força e as habilidades dos inimigos capturados.

Historicamente, a situação dos índios variou entre quadros de completo abandono, perseguição e miséria. Até meados da segunda metade do século XX, alguns especialistas no assunto acreditavam que a presença dos índios chegaria a um fim. Contudo, estipulados em uma população de aproximadamente um milhão de indivíduos, os indígenas hoje buscam o reconhecimento de seus diretos pelo Estado e ainda sofrem grandes obstáculos no exercício de sua autonomia.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Crescimento e estrutura da população brasileira
Nas últimas décadas, a população brasileira vem sofrendo transformações em quase todos os setores que a caracterizavam como típica de um país subdesenvolvido: predomínio da população rural, maioria da PEA concentrava-se no setor primário, pirâmide de base larga e topo estreito, entre outros aspectos, porém algumas características continuam marcantes, como a distribuição de renda desigual, os enormes contingentes populacionais sem ocupação fixa e registrada, grande parte da população não vive dignamente.

A população brasileira caracterizava-se pelo enorme crescimento vegetativo no início do século XX, porém nas últimas décadas o crescimento apresenta uma redução gradual e constante, observe na tabela de Crescimento Vegetativo no Brasil (1940 – 1996).

Veja a tabela.



No Brasil as taxas de mortalidade diminuíram após a II Guerra Mundial, devido a expansão da rede de esgoto, água encanada, campanhas de vacinação e etc, com isso a expectativa de vida vêm aumentando nas últimas décadas. As taxas de natalidade mantiveram-se elevadas até meados do século XX, quando começaram a sofrer uma redução gradativa até os dias atuais, acompanhando o processo de urbanização que ocorreu no Brasil. A urbanização promove a redução da natalidade, pois permite o acesso à métodos anticoncepcionais, ao aborto, os casamentos ocorrem mais tarde, o trabalho fora de casa, os cuidados e gastos com os filhos são maiores. Outro fator que deve ser considerado é a desnutrição da mulher podendo provocar a morte intrauterina e inibição da ovulação. Este fato vêm se acentuando pelo desemprego crescente e pelos baixos salários pagos às mulheres.
Embora muitos indicadores tenham melhorado as desigualdades regionais são muito acentuadas, pois os dados estimados para o ano 2000 apontam a proporção de 35,3 por mil nascidos vivos no Brasil. Quanto às regiões, o Nordeste continua com a maior taxa (56 por mil), o Sul com a menor (22 por mil) e o Sudeste com 22 por mil nascidos vivos. O estudo revela, ainda, que Alagoas tem a taxa mais elevada de óbitos (68,4 por mil), enquanto o Rio Grande do Sul aparece com a mais baixa (19,6 por mil).

A pirâmide populacional brasileira é característica de uma população que atravessa um período de “transição demográfica”, pois apresenta um estreitamento na base, indicando uma redução da taxa de natalidade e o topo fica mais largo, fruto da elevação da expectativa de vida, que em 1998 era de 68 anos. Observe as pirâmides de 1960 e de 1995, compare a base e o topo das duas.
Veja a tabela.




A expectativa de vida em 1998 mostra que a população brasileira vem envelhecendo gradualmente nas últimas décadas, reduzindo a proporção de jovens e crianças. Para se ter uma idéia, no ano de 1950 a expectativa de vida ao nascer era de 43 anos; em 1980, era de 60 anos e em 1998, de 68 anos. Isso se deve principalmente a uma queda nas taxas de fecundidade e de mortalidade. As mulheres estão tendo menos filhos (cerca de dois por mulher, em 1997). Além disso, reflete essa transformação demográfica a diminuição no número de óbitos relacionados às doenças que afetam a população infantil e idosa.

De um país predominantemente jovem nos anos 40 (15 anos), projeta-se para o ano 2020 uma população superior a 25 milhões de pessoas sendo que, desse total, 12% terão mais de 60 anos!

Outra importante informação que o gráfico da pirâmide populacional pode fornecer é da população economicamente ativa (PEA), é a porção da população que trabalha, ou que está procurando emprego, com o envelhecimento da população, existe uma tendência de aumentar o número de pessoas que trabalham em relação aos jovens.

A PEA está divida em três setores da economia: o primário (agricultura, pecuária e extrativismo), o secundário (indústria) e no terciário (serviços, comércio, bancos, etc.) e está distribuída conforme demonstra a tabela.

Veja a tabela.




O setor terciário abriga a maioria da população economicamente ativa devido a rápida urbanização ocorrida no Brasil, tornando-se inchado, pois absorveu a população com baixa qualificação vinda do campo. Essa população não encontrou emprego no setor secundário em função da utilização de tecnologia importada que economizava mão-de-obra, formando uma grande massa de desempregados e subempregados no setor terciário.

A participação da mulher no mercado de trabalho está crescendo, embora represente cerca de 41,4% da PEA e a remuneração é inferior à do homem, principalmente devido a fatores culturais e machistas. Muitas mulheres realizam trabalhos não remunerados, principalmente no serviço doméstico e na maioria das vezes realiza a dupla jornada de trabalho, o doméstico e o trabalho fora de casa.

Entre os aspectos mais perversos do estudo da população brasileira pode-se citar a distribuição de renda extremamente concentrada, isto decorre das constantes políticas de controle salarial, carga tributária injusta, desvalorização da moeda, inflação, restrições à atuação dos sindicatos e às greves, entre outros fatores. Nesse aspecto, o Brasil é o campeão mundial de concentração de renda, pois os 10% mais ricos possuem mais de 50% da renda nacional, enquanto os 50% mais pobres, detém cera de 20%.

migrações

As migrações populacionais remontam aos tempos pré – históricos. O homem parece estar constantemente à procura de novos horizontes. No passado, milhões e milhões de europeus e asiáticos migraram para todas as partes do mundo, conquistando e povoando continentes como a América, a Oceania e a África.

Ultimamente, tem–se verificado a migração espontânea de milhões de pessoas de quase todas as partes do mundo em direção à Europa e até mesmo à Ásia, entre as quais grandes números de descendentes aos países de origem dos seus antepassados.

Milhares de brasileiros argentinos migraram nos últimos anos, em decorrência da crise econômica que seus países atravessam, sobretudo em direção à Europa e à América do Norte.

As razões que explicam as migrações são inúmeras (político – ideológicas, étnico – raciais, profissionais, econômicos, catástrofes naturais etc.), embora razões econômicas sejam predominantes. A grande maioria das pessoas migra em busca de melhores condições de vida.

Todo ato migratório apresenta causas repulsivas(o indivíduo é forçado a migrar) e/ou atrativas ( o indivíduo é atraído por determinado lugar ou país).