segunda-feira, 17 de maio de 2010

Crescimento e estrutura da população brasileira
Nas últimas décadas, a população brasileira vem sofrendo transformações em quase todos os setores que a caracterizavam como típica de um país subdesenvolvido: predomínio da população rural, maioria da PEA concentrava-se no setor primário, pirâmide de base larga e topo estreito, entre outros aspectos, porém algumas características continuam marcantes, como a distribuição de renda desigual, os enormes contingentes populacionais sem ocupação fixa e registrada, grande parte da população não vive dignamente.

A população brasileira caracterizava-se pelo enorme crescimento vegetativo no início do século XX, porém nas últimas décadas o crescimento apresenta uma redução gradual e constante, observe na tabela de Crescimento Vegetativo no Brasil (1940 – 1996).

Veja a tabela.



No Brasil as taxas de mortalidade diminuíram após a II Guerra Mundial, devido a expansão da rede de esgoto, água encanada, campanhas de vacinação e etc, com isso a expectativa de vida vêm aumentando nas últimas décadas. As taxas de natalidade mantiveram-se elevadas até meados do século XX, quando começaram a sofrer uma redução gradativa até os dias atuais, acompanhando o processo de urbanização que ocorreu no Brasil. A urbanização promove a redução da natalidade, pois permite o acesso à métodos anticoncepcionais, ao aborto, os casamentos ocorrem mais tarde, o trabalho fora de casa, os cuidados e gastos com os filhos são maiores. Outro fator que deve ser considerado é a desnutrição da mulher podendo provocar a morte intrauterina e inibição da ovulação. Este fato vêm se acentuando pelo desemprego crescente e pelos baixos salários pagos às mulheres.
Embora muitos indicadores tenham melhorado as desigualdades regionais são muito acentuadas, pois os dados estimados para o ano 2000 apontam a proporção de 35,3 por mil nascidos vivos no Brasil. Quanto às regiões, o Nordeste continua com a maior taxa (56 por mil), o Sul com a menor (22 por mil) e o Sudeste com 22 por mil nascidos vivos. O estudo revela, ainda, que Alagoas tem a taxa mais elevada de óbitos (68,4 por mil), enquanto o Rio Grande do Sul aparece com a mais baixa (19,6 por mil).

A pirâmide populacional brasileira é característica de uma população que atravessa um período de “transição demográfica”, pois apresenta um estreitamento na base, indicando uma redução da taxa de natalidade e o topo fica mais largo, fruto da elevação da expectativa de vida, que em 1998 era de 68 anos. Observe as pirâmides de 1960 e de 1995, compare a base e o topo das duas.
Veja a tabela.




A expectativa de vida em 1998 mostra que a população brasileira vem envelhecendo gradualmente nas últimas décadas, reduzindo a proporção de jovens e crianças. Para se ter uma idéia, no ano de 1950 a expectativa de vida ao nascer era de 43 anos; em 1980, era de 60 anos e em 1998, de 68 anos. Isso se deve principalmente a uma queda nas taxas de fecundidade e de mortalidade. As mulheres estão tendo menos filhos (cerca de dois por mulher, em 1997). Além disso, reflete essa transformação demográfica a diminuição no número de óbitos relacionados às doenças que afetam a população infantil e idosa.

De um país predominantemente jovem nos anos 40 (15 anos), projeta-se para o ano 2020 uma população superior a 25 milhões de pessoas sendo que, desse total, 12% terão mais de 60 anos!

Outra importante informação que o gráfico da pirâmide populacional pode fornecer é da população economicamente ativa (PEA), é a porção da população que trabalha, ou que está procurando emprego, com o envelhecimento da população, existe uma tendência de aumentar o número de pessoas que trabalham em relação aos jovens.

A PEA está divida em três setores da economia: o primário (agricultura, pecuária e extrativismo), o secundário (indústria) e no terciário (serviços, comércio, bancos, etc.) e está distribuída conforme demonstra a tabela.

Veja a tabela.




O setor terciário abriga a maioria da população economicamente ativa devido a rápida urbanização ocorrida no Brasil, tornando-se inchado, pois absorveu a população com baixa qualificação vinda do campo. Essa população não encontrou emprego no setor secundário em função da utilização de tecnologia importada que economizava mão-de-obra, formando uma grande massa de desempregados e subempregados no setor terciário.

A participação da mulher no mercado de trabalho está crescendo, embora represente cerca de 41,4% da PEA e a remuneração é inferior à do homem, principalmente devido a fatores culturais e machistas. Muitas mulheres realizam trabalhos não remunerados, principalmente no serviço doméstico e na maioria das vezes realiza a dupla jornada de trabalho, o doméstico e o trabalho fora de casa.

Entre os aspectos mais perversos do estudo da população brasileira pode-se citar a distribuição de renda extremamente concentrada, isto decorre das constantes políticas de controle salarial, carga tributária injusta, desvalorização da moeda, inflação, restrições à atuação dos sindicatos e às greves, entre outros fatores. Nesse aspecto, o Brasil é o campeão mundial de concentração de renda, pois os 10% mais ricos possuem mais de 50% da renda nacional, enquanto os 50% mais pobres, detém cera de 20%.

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